sábado, 17 de abril de 2010

Unidades de Convivência
Não sabemos se Belo Horizonte
Quando ainda era arraial
Já viveu época em que estranhos
Ainda poderiam deixar de serem estranhos
Por um simples e fortuito encontro
Na saída da casa para o trabalho
Ou na ida e vinda da venda.
Não sabemos se a cidade germinada
Freqüentava muito os seus rios.

O rio Arrudas, por exemplo,

Será que pescavam nele?

Será que se assentavam debaixo

De uma frondosa árvore rodeada de crianças?

Será que aproveitavam o tempo da melhor forma possível:

Deixando-o passar?


Queremos acreditar que sim,

Pois é isso que pensamos para a Belo Horizonte de hoje.
Uma cidade que certamente seria mais feliz
Se privilegiasse a convivência.

Pensando no que um rio, uma árvore e a sombra que cria
Podem oferecer ao tempo e ao espaço da cidade
Consideramos esta, uma unidade de convivência.
A intervenção no Rio Arrudas, hoje canalizado, concretado
Busca exatamente o reverso do cimento acinzentado,
Dar dignidade ao ímpeto de convivência Na alma por hora também concretada
Dos cidadãos belorizontinos.

Árvores frutíferas
Aos cuidados dos moradores de rua
Que podem usar das frutas (usofruto!)
Para consumo próprio ou para fonte de recursos.
Manga, abacate, banana, laranja, mexerica,
Mamão, jaboticaba, transformam-se em sucos, vitaminas,
Bolos, tortas, geléias, recheios...
Frutos das unidades de convivência.

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